A EDUCAÇÃO COMO DIREITO
- Maria Silvana Alves
- 15 de ago. de 2021
- 2 min de leitura
“Na mitologia grega, Sísifo foi condenado por Zeus a rolar uma enorme pedra morro acima eternamente. Todos os dias, Sísifo atingia o topo do rochedo, contudo era vencido pela exaustão, assim a pedra retornava à base. Hodiernamente, esse mito assemelha-se à luta cotidiana... “
Assim começa uma das redações nota 1000 escrita pela candidata Thaís Lopes de Oliveira da edição do Enem de 2017. Essa introdução nos faz lembrar a luta constante de pais e familiares de escolares com dislexia que “buscam ultrapassar as barreiras as quais os separam do direito à educação”. Infelizmente, devido a diversos fatores, a inclusão não ocorre de forma efetiva em nosso país e o que muitas organizações estão buscando é, de forma solitária e gradativa, levar mais conhecimento e informação a pais e cuidadores de ninos e ninas com o transtorno para garantir o cumprimento desse direito.
Em nossa clínica, nas rodas de conversas on-line que organizamos com pais e mães de diversas regiões do Brasil, é comum ouvirmos queixas de que eles precisam, todos os anos, ir até a escola para informar a equipe gestora e o corpo docente sobre as dificuldades que seus filhos apresentam e, muitas vezes, ouvir de muitos deles que “desconheciam” sobre as adaptações que deveriam ser feitas para garantir acessibilidade aos aprendentes. Muitos afirmam estar cansados de repetir esse processo todo ano, como o que ocorre na história mitológica citada pela aluna na redação que abriu essa reflexão. Um processo desgastante e que, muitas vezes, resulta em pouco ou quase nenhum apoio da escola. O que ainda precisa ser feito para avançarmos nessa questão? Por que as adequações ainda são negadas por muitas escolas brasileiras, mesmo reconhecendo as características do transtorno e o fato de que a aprendizagem deve estar acessível a todos?
Assim, avançamos a passos lentos, em um trabalho “de formiguinha”, mas sem desanimar a fim de que as crianças e adolescentes com dislexia se sintam pertencentes ao ambiente escolar e acolhidos com suas dificuldades e potencialidades. Acreditamos na máxima que sempre trazemos em nossos posts de que “informação pode gerar conhecimento; conhecimento pode gerar transformação” e mudar realidades.
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