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A Cara da Fera

  • Foto do escritor: Maria Silvana Alves
    Maria Silvana Alves
  • 20 de fev. de 2020
  • 1 min de leitura

Atualizado: 29 de fev. de 2020

Durante muito tempo (e, infelizmente, até os dias de hoje) havia quem questionasse a existência da dislexia, alegando não haver provas científicas que embasassem esse transtorno de neurodesenvolvimento.


No livro “Entendendo a Dislexia”, de Sally Shaywitz (2006), conhecemos a história do universitário George, do Colorado. Ele descreveu a dislexia como “a fera”, um predador desconhecido que ataca em silêncio, continuamente desorganizando sua vida.” Ele desejava muito ver “a cara da fera” que tanto o perturbava. “É como se ela estivesse esperando que eu cometesse um erro para, repentinamente, aparecer de novo, com escárnio”.


Somente depois de mais de 100 anos estudando a dislexia (mais precisamente no início dos anos 80) que foi possível para os cientistas verificarem a função cerebral de uma pessoa saudável enquanto ela lia, falava, pensava ou imaginava. Assim, finalmente, através da ressonância magnética funcional (fMRI), observando as mesmas atividades realizadas por uma pessoa que apresentava o transtorno, eles puderam ver “a cara da fera” e, como afirmou Shaywitz em sua obra, ficaram muito mais próximos de domesticá-la e comandá-la.


Vale lembrar que, apesar dessa incrível descoberta, o diagnóstico de dislexia atualmente é feito por equipe interdisciplinar numa abordagem clínica com exames complementares (se necessários) solicitados pelos especialistas, e por exclusão, ou seja, é eliminada qualquer outra possibilidade que possa estar impedindo a aquisição da leitura e da escrita.


Abaixo, figuras de estudos de neuroimagem, mostrando as áreas do cérebro de uma pessoa normoléxica ativadas durante o processo de leitura (à esquerda) e a outra (à direita) de um disléxico, realizando a mesma tarefa.


Imagem por PubMed em US National Library of Medicine.

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